14 de out. de 2011

Me sinto incubada



É tão ruim ter o peito aflito e engolir nossas vontades a seco.
Ter medo de mostrar quem realmente somos, nos esconder
para não sermos eliminados do jogo da '' normalidade ''.

Mesmo libertando meu arco - íris interno ainda me sinto
presa, na obrigação de seguir algumas regras e corresponder
expectativas. O preconceito e o senso critico das pessoas
tem me engolido, palavras de efeito me desarmam e com isso
entro em crise. Tenho me sentido frágil é como se eu voltasse a
clandestinidade, uma sensação de me deixa com as mãos atadas.
Sinto que existe algo me impedindo de gritar, me puxando para
baixo. É muito doloroso ver em outros corpos o que você quer ser e
não pode; ir no salão e adiar pela milésima vez aquele tão sonhado
 moicano por um corte discreto.  Entrar em uma loja passar pelo
setor masculino e não poder comprar nada. 

Tudo por culpa do olhar julgador da família, que ao invés de
apoiar são os primeiros a nos arrazar.
Sei que como eu muitos se encontram na mesma situação.
O mundo pode falar, mas não damos a mínima porque não são nada 
nosso! Porém a família cobra e bate para doer. Eles jogam baixo  
falam que essa minha escolha é por influência  de más companhias que
quando eu cair no leito do hospital vou ver que não tenho ninguém 
além deles.

Me sinto incubada  mesmo sendo assumida, não uso boné com medo da
opinião de tio, tia, primo, madrinha, avô, avó, venho me privado por pessoas
mesquinhas que só querem o que convém a eles.
Eles são meus parentes isso é o que venho pondo na minha cabeça, são
família da minha mãe. Pai, mãe, irmãos, cunhados, sobrinhos da minha mãe
e não meus, eles tem que falar da vida dela e não da minha. São parentes e
não meus donos; deviam se limitar no lugar onde os cabem: visitas básicas,
natal, aniversários..
Enquanto abrirmos mão do que queremos esses '' parentes '' se aproveitam
de nossas fraquezas para ressuscitar aquele bicho de sete cabeças que demos
parte de nossas vidas para matar. Sei que é difícil para mim, mas estou
no limite cheguei a ponto de voltar a sentir vergonha de quem eu sou. Até
onde vai essa opressão? Vou seguir em frente sem olhar para trás.. esquece - los.
Se não me aceitam, não tenho obrigação de inclui - los no meu futuro. Vou arre-
bentar o vínculo brutalmente começando não passando natal com eles. Estou
na idade onde falsidade não supre desejos. 
Vou chorar, mais do que adianta está rodeada de pessoas que abafam o meu
sorriso? Que deixa claro que não me quer feliz.

Sei que muitos vão dizer que família é tudo pai e mãe
podem até ser, mas parentes não.


Um comentário:

  1. Amiga, acredite, sei bem o que está sentindo. Parentes são coisa do demônio só pode.
    Gata, JAMAIS sinta vergonha de ser vc. Pelo contrario, tenha muito orgulho. Pense em tudo o que vc já enfrentou até agora, até o "enfim sair do armario", toda a batalha interna, toda a coragem, toda a força que vc tem.
    Tbm passo por isso, e aprendi que eu sou muito mais forte do que os outros pensam, sou muito mais forte do que eu pensava que era, enfrentar a si mesmo, a família, os amigo, e os (infelizes) parentes.
    Jamais pense em desistir, jamais pare de lutar, jamais de ouvidos ao que pessoas idiotas, mesquinhas e extremamente ignorantes dizem. Jamais deixe que ninguém te maltrate, te humilhe, te tire o brilho dos olhos.
    Vc é uma pessoa incrível, de quem eu gosto muito sem nem mesmo conhecer. Não se esqueça tenho um ombro amigo e ouvidos sempre dispostos a te ouvir e ajudar! Vou estar aqui se precisar.

    Um grande beijo
    Akii

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