5 de ago. de 2011

A bexiga e o cacto




Anabelle era uma bexiga vermelha que após
um dia no parque ficou sem comprador. Por ser a
menor de todas, nenhuma criança quis comprar 
Anabelle. Já que era para pagar R$ 2,00
era melhor comprar uma bexiga bem cheia.
Pensou Paulinho.
Todas foram vendidas de pressa as azuis,
as amarelas, as verdes, todas as suas irmãs ver-
melhas e até as pretas. Anabelle ficou chateada
pois sabia que era seu fim do mundo, pois seu
Glauco todas as tardes, tirava um alfinete de
sua calça e estourava quem sobrava.
Mas para a sorte de Anabelle seu Glauco estava
de bermuda e sem alfinetes, então resolveu solta - la
para alguma criança carente pegar.
A bexiguinha vermelha ao sentir a sensação de liber-
dade, relaxou deixando ser levada pelo vento; para
lá e para cá. Até que antes mesmo de se acostumar,
sentiu um puxão no seu barbante.
Anabelle por um instante ficou feliz, pois pensou
que era a tão esperada criança carente que seu Glauco
havia dito. No entanto quando olhou para baixo viu:
um pequeno ser, com cabelos cor de algodão, com
olhos enormes, e pele que pareciam ameixas secas.
Ah! Era uma senhora. Concluiu Anabelle.
Dona Guilhermina adorava guardar tudo que encon-
trava pela rua. Sua casa era um depósito de entulho
tinha gaiola para periquitos, vitrola com agulha que-
brada, tapete com furos enormes, espelho rachado
dentre outras tralhas... E agora Anabelle que deixaria
pela sala de enfeite.

Um de seus maiores achados foi Cecília uma cacto que en-
controu esquecida no ponto de ônibus. Guilhermina cuida
de sua plantinha com  carinho, por isso deixa seu vaso
na mesa da sala para a mesma, poder assistir televisão.
Cecília sentiu a presença da bexiga chegando de mansinho
até que... Cuidado! Ficou maluca?! Ela pode estoura você.
A senhora puxou Anabelle pelo barbante, e disse: Fi-
que aqui quietinha no canto da sala.
E foi assim por vários longos dias, até que Cecilia cha-
mou a colega de cômodo para uma conversa:  Fi-
que aonde está! Cecília .   Mais assim tão distante?
Anabelle Sim. É para sua segurança. Cecília
—  Para a minha tristeza você quis dizer. Anabelle.
 — Você não pode gostar de mim, posso te machucar
a qualquer momento. Cecília Isso não está acon-
tecendo! Logo agora que encontrei alguém para
amar. Anabelle.
Os meses se passaram e o amor pela bexiguinha
brotou no coração espinhoso da cacto. Cecília
a chamou novamente e disse tudo que sentia:
 — Te amo muito pequenina. Cecília.   — Ama nada! Se
não deixaria eu te abraçar. Anabelle — Eu tenho
espinhos e ele podem te estourar. Cecília.
 — Você não sabe o quanto eu te amo. Se não sa-
beria que por esse amor eu morreria. Anabelle.
Até que... De novo sua maluca?! Você perto
da planta.  Guilhermina se cansou da teimo-
sia da bexiga, tirou o alfinete de seu avental e
o pior aconteceu... A estourou!


No fim a bexiga acabou sendo estourada e o cacto
secou pois sem ela não vivia.
Só quem vive ou viveu um amor impossível en-
tende o conto, o sentimento passado da 
imagem, o final trágico do querer demais e
não poder ter.  Do sofrer, do não entender, de
ficar calado aflito, do perder. Esse conto é
para todos vocês que ama alguém, e
esse alguém tem o defeito do impossível.
Não chorem cresçam! Pois com esse conto
vi a vida com outros olhos.  Após  escreve - lo
senti a paz.  Sei que sou  o cacto dela e ela
é a minha bexiga, porém não me arrependo.
Sentimento cura e liberta por mais aprisionador
que pareça. Feliz de quem sentiu e teve a ca-
pacidade de amar.


Obra de minha autoria:  A bexiga e o cacto

7 comentários:

  1. nossa q perfeito o amor sempre e dificil ... ate o q parece mais facil....

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  2. Ouwnti que lindo flor! *-*
    Bonito e emocionante também!
    E fez eu me lembrar de quando eu e ela nos conhecemos! Era tudo muito estranho e novo pra mim, eu me perdia só de tentar entender. Com o passar do tempo eu admiti que estava gostando dela, e ela se afastava de mim porque eu era Completamente hétero, diferente do conto nós ficamos juntas e somos muito felizes até hoje!
    Eu fui discriminada por ser hétero! --'

    A namorada.

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  3. Opa, saiam da frente. Deixa eu entrar, opaa. Chegay meu povo.
    Amei o seu blog, to seguindo :)

    E quanto ao conto:
    *.* babei. Que coisa mais fofa.

    Kaede Cardoso Polli

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  4. que lindo Jenny...
    você escreve muito bem, e como sempre adoro suas palavras...
    estava sentindo muita falta dos seus posts, mas entendo bem isso de um tempo pra pensar...
    fique bem e não suumaaa

    beijo flor!

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  5. Gata, meio que deprimi lendo o conto.
    Sabe, "Amor", ou um simples "gostar de alguém", pode ser algo muito foda.
    Vejo, por mim e a Kaede, nos amamos, e as coisas aos poucos parecem ir se ajeitando... Mas as vezes é tão difícil. Temos tantos, tantos problemas: essa - porra de - distancia, família que não entende\apoia, amigos que ficam com ciumes, conhecidos preconceituosos.
    As vezes tenho a impressão que só estou atrapalhando a vida dela, mas sou tão egoista que não consigo fazer nada pra parar com isso. Pq se fizer algo, vou ter que terminar com ela.

    Nossa, abri meu coração aqui. E era só pra comentar sobre o conto.. viu o que vc faz comigo!

    Gata, vi seu comentário no Incógnita K, acredite, sinto o mesmo por vc, todo o carinho, toda a admiração... enfim, não vivo sem seus textos...

    Beijão
    Akii

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  6. Sinto tanta afinidade por vc, gostaria te de conhecer melhor.
    Meu msn: raupolli@yhaoo.com.br
    se quiser, é claro.

    bjão

    Akii

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  7. É claro que vou adc, que bom que você quer trocar uma idéia acho super válido. Ainda mais vindo de você, que como sabe... fico muito honrada.

    '' T '' meu amor você não sabe como me encho de alegria e satisfação, ao ver que as pessoas '' adoram '' minhas palavras. Sinto a gostosa sensação de dever cumprido. Obrigada por sentir minha falta, porém a mais importante aqui é você leitora.

    Kaede eu quem babo seu blog é massa!
    Tem cara de super grunge rsrs Adoro quando você fala de suas saídas, dá uma sensação de liberdade.

    O Garota de Idéias está sempre conosco fico grata.

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